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Nota de Apoio à Chapa 1 : ADUnB SEMPRE VIVA Professor Hilan Bensusan



(encaminhado via mailing da ADUNB ao Espaço do Professorado)


O que parece ser 2020? O ano em que nos recolhemos? O ano em que o luto teve licença para ser desconsiderado? O ano em que a academia se artificializou e suas atividades dispensaram a proximidade? O começo de uma era de vulnerabilidades microbióticas e de proteções técnicas seletivas? Um ponto de inflexão? Uma pausa antes de mais do mesmo? Em todo caso, o mais do mesmo que pode vir terá que ser intensificado - e isso quer dizer em muitos casos piorado - e com menos importância para o luto, com menos proximidade na academia, com menos exposição de peito aberto aos elementos. No Brasil é possível que 2020 seja o ano em que a universidade pública se viu claramente rodeada por uma empreitada robusta para fazer do país não mais do que a Plantation que ele sempre foi - ainda mais explícita, mais inegociada e mais protegida - porém agora regida pela aliança do Boi com a Bala com a Bíblia.

Essa aliança BBB esgarça e sufoca a universidade (e ainda mais a pública). E com ela a categoria dos docentes que vão precisar se reinventar para que não se tornem - com as reformas administrativas que chegam – funcionários ou executivos do Boi, da Bala e/ou da Bíblia. Na UnB os docentes tem um sindicato que tem uma história de resistência e invenção. Na UnB a comunidade acabou de reeleger em primeiro turno uma reitora que passou quatro anos em um esforço para ajudar a UnB a se reinventar sem ser roída pelas raízes em tempos de cólera e vacas magras. A partir de 2020, os tempos serão ainda mais difíceis para a universidade e seus docentes. A começar com a luta para que a reitora reeleita em primeiro turno seja de fato a indicada pelo executivo já que estamos a mercê dele neste regime de autonomia universitária tutelada em que estamos. E a seguir com as políticas de setor público e com os avanços corporativos que vão promover a concentração de renda e de poder nas mãos BBB.

A chapa ADUnB Sempre Viva é oriunda de uma história de lutas. Ela é a antítese de um sindicato complacente já que é formada por quem entende que a universidade pública e seus docentes tem um destino atado ao des trabalhadores do país – e das negras, das indígenas, das dissidentes sexuais que constantemente com suas formas de vida reafirmam o que há ainda a ser pensado, incorporado e instituído no Brasil. Trata-se da chapa certa para a hora certa. A hora será cheia de armadilhas e, por isso mesmo, eu recomendo.

ADUnB SEMPRE VIVA



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